Você sabia? Alasca ainda respira a cultura da Rússia
Nesta sexta-feira, 15, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniram em Anchorage, no sul do Alasca, para um encontro histórico. A escolha do Alasca como cenário desse diálogo de alto nível desperta interesse, não apenas pelo simbolismo geopolítico, mas também pelo passado histórico que liga o estado norte-americano à Rússia.
Um passado russo nos gelos do Alasca
O Alasca, com suas paisagens geladas e biodiversidade singular, mantém marcas profundas do período em que esteve sob domínio russo. A colonização deixou influências na cultura, na arquitetura, na religião e até nos nomes de localidades. A presença russa começou séculos antes da venda do território aos Estados Unidos, em 1867. Apesar de o controle ter terminado oficialmente nesse ano, os vestígios da antiga colônia permanecem vivos no cotidiano de várias comunidades.
A expansão russa para o leste iniciou no século XVI e avançou por vastas áreas da Sibéria. Em 1639, os exploradores russos chegaram ao Oceano Pacífico. Essa trajetória culminou, no século XVIII, com expedições organizadas para mapear a costa do Alasca. O navegador Vitus Bering liderou a expedição de 1741 que desembarcou na região, marcando o primeiro contato europeu com o território.
A era dos promyshlenniki
Logo após, caçadores e comerciantes conhecidos como promyshlenniki instalaram postos para explorar o valioso comércio de peles de lontra-marinha. Em 1799, o czar Paulo I fundou a Companhia Russo-americano (RAC), concedendo-lhe o monopólio do comércio de peles na região. A influência russa se reflete ainda hoje na arquitetura das igrejas ortodoxas, nos nomes dos rios e montanhas e até na culinária local.
O encontro entre Trump e Putin não é apenas uma oportunidade para discutir temas globais, como segurança e comércio, mas também uma chance de reviver a memória histórica compartilhada entre os dois países. As delegações russa e americana participarão de um almoço de trabalho antes das discussões, que serão seguidas por uma coletiva de imprensa conjunta às 20h30.
A história do Alasca é um testemunho vivo do passado russo na região. Em meio às paisagens geladas e à biodiversidade singular do estado, os líderes mundiais se reuniram para discutir o futuro. E, ao fazê-lo, reviveram a memória de um passado que nunca foi esquecido.