Silva, Santos e até Jesus: de onde vêm os sobrenomes mais comuns do Brasil revelados pelo IBGE e o que a origem deles diz sobre nossa história
A história dos brasileiros é uma rica tapeçaria, tecida pelas migrações, pelas conquistas e pelas conquistas coloniais. Mas, além de tudo, também é uma história de nomes, de sobrenomes que vão de lábios em lábios e que refletem a oura identidade como nação. É exatamente isso que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou numa lista oficial de sobrenomes mais frequentes no país. E o que podemos ver nesse ranking? A presença de nomes que são quase familiares, que estão presentes em todas as regiões do Brasil e que, muitas vezes, não nos deixam surpresos.
As primeiras colocações: Silva e Santos
À frente do ranking, encontramos Silva, com uma impressionante 34 milhões de ocorrências, equivalentes a cerca de 17% da população brasileira. Depois, está Santos, com mais de 21 milhões de registros e uma presença igualmente massiva em todas as regiões do Brasil. Silva, como sabemos, deriva do latim e remete a “selva” ou “floresta”, enquanto Santos é uma forma abreviada de “Todos os Santos”, nome associado ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. É interessante notar como esses nomes estão tão profundamente enraizados na nossa identidade, refletindo a oura história e as nossas raízes portuguesas.
A herança colonial e a adoção de sobrenomes genéricos
O ranking não é apenas uma lista de nomes, mas sim uma janela para a nossa história. Segundo o IBGE, a presença de Silva é uma indicação de que famílias adotaram esse sobrenome por vínculo com áreas de vegetação densa ou por sua ampla circulação na tradição portuguesa. Já Santos, além de ser uma forma abreviada de “Todos os Santos”, foi amplamente adotado por pessoas nascidas em 1º de novembro e por conversos ao cristianismo em diferentes períodos históricos. É possível que esses nomes tenham ganhado força graças à herança colonial e à prática de adoção de sobrenomes genéricos.
A lista completa: Oliveira, Souza e o impacto da matriz portuguesa
Oliveira se coloca em terceiro, com mais de 11 milhões de registros, seguido de Souza, com 9,2 milhões, e Pereira, com 6,9 milhões. Esses nomes são todos fruto de raízes portuguesas e refletem a matriz ibérica que permeia a nossa história. Ao todo, osdez mais comuns entre os brasileiros incluem Ferreira, Lima, Alves, Rodrigues e Costa, sobrenomes que remetem a localidades, ofícios ou, ainda, a influências que moldaram o Brasil nos séculos.
Modos de registro civil difundidos ao longo dos séculos
A trajetória dos sobrenomes no Brasil é um verdadeiro refletir das nossas transformações ao longo dos séculos. É provável que essa diversidade nos nomes esteja relacionada às várias fases de migração populacional, à conversão religiosa em massa, às mudanças sociais e políticas, que sempre foram um marco de nossa evolução.
Um olhar ao seu patrimônio cultural
Pensando bem, as nossas escolhas de nomes refletem nosso desejo de pertenência e de pertinência a nossa família e à nossa comunidade. Esse legado, com sua beleza e complexidade, permanece com você e seu patrimônio cultural.
Origens e significados dos sobrenomes mais comuns
Silva
Significa bosque, mata ou floresta. É um termo que surgiu da língua latina e teve uma forte presença na Península Ibérica. Como a nossa colonização se deu por mãos portuguesas, o “Silva” não teve dificuldade para se tornar um nome típico de famílias brasileiras, especialmente em todas as regiões onde há densas florestas.
Santos
Tradicionalmente, essa forma é uma redução da grande denominação “Todos os Santos”, nome que foi de grande importância, sobretudo no Brasil, onde a grande festividade que celebra a morte dos Santos e do Evangelho foi celebrada desde tempos coloniais. Muitos fizeram esse nome abreviado em suas famílias para que fosse mais fácil de ser lembrado.