Nirvana vence processo envolvendo a capa de Nevermind; entenda.
A batalha legal entre o ex-bebê da icônica capa do álbum “Nevermind”, Spencer Elden, e a banda Nirvana, finalmente chegou ao fim. Um tribunal de apelação confirmou a decisão de um tribunal inferior de arquivar o processo movido por Elden, que acusava a banda e as gravadoras responsáveis pelo disco de pornografia infantil e exploração sexual.
Elden alegava ter sido vítima de exploração sexual desde a infância, por participar da famosa fotografia que estampava a capa de “Nevermind”, lançado em 1991. Na imagem, um bebê nu nada em direção a uma nota de dólar presa a um anzol, tornando-se um dos símbolos mais reconhecíveis da história da música. Apesar de receber aproximadamente US$ 200 por essa participação, Elden solicitou US$ 150 mil de indenização de cada um dos réus, incluindo os membros Dave Grohl e Krist Novoselic, e a gravadora Universal Music Group.
Prescrição e a Teoria do Dano Contínuo
O argumento central dos advogados do Nirvana foi a prescrição. A Justiça determinou que Elden esperou muito tempo – mais de 30 anos – para alegar que a fotografia o havia explorado sexualmente. A equipe jurídica de Elden tentou recorrer dessa decisão, argumentando o que chamavam de “dano contínuo”. Essa tese afirmava que a cada nova venda, streaming ou reedição do álbum, o crime de exploração sexual seria perpetuado.
O tribunal de apelação, porém, rejeitou esse argumento e confirmou o arquivamento inicial do caso.
A Relação Ambígua de Elden com a Capa
Durante o processo, uma questão controversa e central se levantou: a relação complexa de Elden com a própria capa do álbum. Enquanto afirmava ter sofrido exploração, ele ostentava a palavra “Nevermind” tatuada no peito e participara de diversas homenagens à capa ao longo dos anos, inclusive para a mídia. Essas ações foram consideradas pela corte como inconsistentes com a alegação de trauma.
Com a decisão final de 2025, o litígio envolvendo a icônica capa de “Nevermind” chegou ao fim. Elden não poderá prosseguir com seus alegações legais contra o Nirvana.