Megafazenda na França usa larvas da mosca-soldado-negra para converter toneladas de lixo em ração e fertilizante.
Uma inovação agrícola revolucionária está em curso na França. A empresa francesa Innovafeed inaugurou recentemente uma megafazenda capaz de produzir cerca de 10 bilhões de larvas da mosca-soldado-negra por dia. Essas larvas são alimentadas com lixo agroindustrial e convertidas em uma série de produtos valiosos, incluindo ração animal, óleo de inseto e fertilizante orgânico. O objetivo desse projeto é atacar simultaneamente o desperdício de resíduos e a dependência de ingredientes convencionais como soja e farinha de peixe.
Inovação para o Agronegócio
A megafazenda da Innovafeed está localizada em Nesle, no norte da França, e opera em uma área industrial. Lá, resíduos de alimentos e subprodutos agroindustriais são coletados e usados como alimento para as larvas da espécie Hermetia illucens. Essa espécie é conhecida por sua alta taxa de conversão biológica: em cerca de 14 dias, cada larva pode crescer até 10.000 vezes seu tamanho inicial.
A grande vantagem desse modelo é que ele eleva o aproveitamento de resíduos e reduz a necessidade de novas áreas agrícolas para produzir insumos tradicionalmente usados como ração animal. Além disso, a produção de larvas sobre resíduos demanda menos água, menos área cultivada e gera menos gases de efeito estufa do que proteínas tradicionais.
Desafios e Barreiras
Embora o projeto da Innovafeed seja ambicioso, ele ainda enfrenta barreiras para se tornar plenamente viável em escala global. Um dos principais desafios é o aumento dos custos tecnológicos para manter o processo automatizado, seguro e econômico. Além disso, a escala industrial e a logística necessárias para implementar esse modelo em todo o mundo são consideráveis.
Apesar desses desafios, o uso de larvas para produzir ração animal pode se tornar uma peça fundamental para sistemas alimentares mais sustentáveis e eficientes. A ideia de converter lixo em nutrientes valiosos é intrigante e promissora, e é provável que essa inovação agrícola continue a evoluir e melhorar nos próximos anos.