Debêntures, CRIs e CRAs já passam de IPCA+ 13% no mercado secundário. É risco ou oportunidade?

Debêntures, CRIs e CRAs já passam de IPCA+ 13% no mercado secundário. É risco ou oportunidade?

Debêntures, CRIs e CRAs já passam de IPCA+ 13% no mercado secundário. É risco ou oportunidade?

O mercado de crédito privado está enfrentando um momento de grande turbulência, similar ao da crise da Americanas em 2023. Os tremores, desta vez, estão relacionados à solicitação de proteção contra credores e recuperação judicial pela Ambipar e à contratação de uma empresa especializada para reestruturar dívidas pela Braskem. Apesar de ainda estar assustada com a crise da Americanas, a comunidade financeira está atacando com rapidez empresas em situação precária, deixando-as ainda mais frágeis diante de um cenário econômico desafiador.

Investidores fugindo do risco

Com a taxa básica de juros, a Selic, no maior patamar em 10 anos, e os prêmios de risco para financiar grupos vulneráveis em alta, os investidores estão desesperados para se desfazer de suas debêntures, CRIs e CRAs. Isso leva a uma percepção de que as empresas com altos níveis de endividamento se tornam mais vulneráveis a crises financeiras. Além disso, a pressão nas plataformas de investimentos está aumentando, com os interessados pedindo descontos cada vez maiores para ficar com esses papéis.

Títulos viciados no mercado secundário

No mercado secundário, os investidores estão vendendo seus títulos de empresas conhecidas como o Grupo Pão de Açúcar e a CSN com retornos elevados como IPCA + 13% ou IPCA + 10%. Embora isso possa parecer uma oportunidade atraente, os riscos associados a essas taxas mais altas precisam ser avaliados cautelosamente. A pressão aumentada nos prêmios pode tornar inviável para essas empresas obtenham financiamento no mercado de capitais por causa do custo financeiro elevado, que pode destruir o valor da empresa. Além disso, também pode disparar as cláusulas de vencimentos antecipados, pressionando ainda mais a situação financeira.

O mercado secundário em ação

A negociação de títulos já emitidos é chamada de mercado secundário, onde investidores que têm títulos e desejam se desfazer deles vendem com o apoio das corretoras. Esse processo é semelhante ao mercado de carros usados, onde o dono do veículo pode deixar em consignação ou vender para a concessionária. Nesse caso, para vendê-los, os investidores precisam oferecer uma taxa maior do que aquela pela qual eles compraram o título. Isso significa oferecer descontos nesses papéis.

Debêntures, CRIs e CRAs: risco ou oportunidade?

O mercado secundário está cheio de títulos de empresas notórias sendo vendidos com retornos elevados. Embora pareça uma boa oferta, é importante lembrar que esses retornos mais altos são, em geral, um sinal de que os riscos também subiram na mesma proporção. Isso pode afetar negativamente as empresas em situação difícil e, por sua vez, pode levar a uma situação ainda mais complicada.

Essa situação está colocando os investidores em uma posição delicada, com a necessidade de avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios antes de investir. O mercado de crédito privado está passando por um período de grande incerteza, e é importante ter cautela ao investir em títulos de empresas em situação precária.

Cuidado com os prêmios de risco

Além disso, a percepção dos investidores sobre os riscos envolvidos tem aumentado significativamente. Isso está pressionando as empresas em situação precária a buscar soluções cada vez mais desesperadas. Nesse contexto, a possibilidade de as empresas recorrerem ao regime de recuperação judicial (RJ) aumenta exponencialmente. Esse cenário é, sem dúvida, preocupante e deve ser observado com atenção.

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