Quando se trata de um filme sobre o poder da crença, existem dois caminhos possíveis: um deles é trabalhar a fé como uma força restauradora, algo bem representado no cinema contemporâneo principalmente pelo diretor M. Night Shyamalan. Cineasta de filmes de gênero, Shya enxerga a crença como uma forma de seus personagens resolverem os seus traumas e seguirem a vida curados do cinismo. O outro caminho, mais reducionista, é a mera propaganda religiosa. O filme nacional “Inexplicável” chega aos cinemas nesta semana e prefere a segunda opção.

Baseado em uma história real, a trama do filme acompanha um casal, interpretado por Eriberto Leão e Letícia Spiller, que vive o pânico de ter um filho internado na UTI em estado grave. Quando o cenário parece irreversível, os dois se entregam para a única coisa que lhes resta: a fé.

O drama de “Inexplicável” acontece em uma pequena janela no final do segundo ato, quando o personagem do pai se revolta contra o destino que acometeu a criança e parte para uma mentalidade anti-fé. Apesar das intenções dessa virada serem óbvias, é ao menos interessante acompanhar como a postura de Marcus afeta seu casamento com a esposa, e existe uma construção visual da decadência moral do personagem que é bem acompanhada.

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