Brasil gasta quase cinco vezes a renda anual para ter um carro novo e dispara no ranking dos países mais caros do mundo.
Uma análise que divulgou em março de 2025 trouxe uma preocupante realidade sobre o Brasil. O país aparece como um dos mais caros do mundo para se ter um carro novo. De acordo com essa pesquisa, o custo total de adquirir um veículo, incluindo despesas com combustível, seguro, manutenção e impostos, ultrapassa 461% da renda média anual do trabalhador brasileiro. Nesse sentido, o automóvel se tornou um verdadeiro artigo de luxo, inacessível para grande parte da população.
Os dados, que avaliaram 98 países, mostraram que apenas Filipinas e Colômbia superam o Brasil no ranking das nações onde possuir um carro é mais dispendioso. Além disso, sete dos dez países mais caros para se ter um automóvel estão localizados na América Latina. Esse cenário sugere um padrão regional marcado por tributação elevada, juros altos e combustíveis caros. Para os brasileiros, o custo médio para adquirir e manter um carro é 4,6 vezes superior à sua renda anual. Em países desenvolvidos, essa proporção é significativamente menor.
Por que o Brasil é tão caro?
O relatório identificou os principais vilões do orçamento automotivo brasileiro: impostos altos, combustíveis caros, seguros onerosos e juros elevados nos financiamentos. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o preço médio dos carros novos aumentou mais de 40% desde 2020, impulsionado por inflação, desvalorização cambial e custos de produção. Além disso, o preço médio do litro de gasolina também se manteve alto, impactando diretamente o custo de manutenção dos veículos.
Comparação internacional
Enquanto o Brasil enfrenta esses desafios, os Estados Unidos lideram o ranking de países onde ter um carro é mais acessível. Lá, o valor total de aquisição e manutenção representaria apenas 56,4% do salário anual médio. A Austrália e o Canadá também aparecem entre os países mais acessíveis, com taxas de 61,8% e 39,9% respectivamente, em relação à renda anual média. Esses dados realçam as diferenças de poder aquisitivo e infraestrutura tributária em relação ao Brasil.
Efeitos no orçamento da população
Para os brasileiros, um carro novo é um luxo distante, visto que o seu custo supera cinco vezes a renda anual. Essa realidade é ainda mais crítica quando se considera que muitas pessoas dependem do veículo para realizar suas atividades diárias, como ir ao trabalho ou transportar mercadorias. Com o aumento dos impostos, combustíveis caros e altos juros de financiamento, a opção de possuir um carro novo está cada vez mais restrita à população mais rica.
Um problema regional
A América Latina lidera a lista das nações mais caras de se ter um automóvel. Isso demonstra que o problema não é exclusivo do Brasil, mas está intrinsecamente ligado à estrutura econômica e tributária da região. Em vez de perseguir soluções isoladas, os países da região devem trabalhar juntos para encontrar soluções que beneficiem sua população de forma justa e equitativa. Enquanto isso, o Brasil continua a buscar formas de diminuir o custo de manutenção e aquisição dos veículos, tornando-os mais acessíveis à população.